Publicada no JORNAL DA PARAÍBA de 21/06/2009Mais um craque revelado no futebol paraibano se destaca no cenário mundial. Édson Ramos, mais conhecido pela torcida como Édson Ratinho, foi descoberto nas categorias de base do AUTO ESPORTE e jogou pela primeira vez como profissional no Botafogo. Com 1,70m e 62 kg, o lateral ganhou o apelido de ‘Ratinho’, por conta do porte leve.
Leveza no peso e para voar em campo. O paraibano é considerado na liga de futebol profissional do Uzbequistão como um dos melhores jogadores na sua posição, encontrando verdadeiras ‘avenidas’ quando abre caminho para o seu time, o Bunyodkor, e cruza para o ataque.
Agora o lateral, que virou ala no futebol asiático, vive a expectativa de ser comandado por Luiz Felipe Scolari. E, quem sabe, virar o “homem de confiança” do treinador e até abrir uma ponte para a seleção brasileira no futuro.
“Essa é a minha grande chance. Quem sabe ele não volta para a seleção e eu tenha uma chance no futuro”, sonha.
O último time que Ratinho defendeu no Brasil foi o Mogi Mirim, no interior de São Paulo. De lá foi para o AEK, da Grécia, jogar ao lado de Rivaldo, campeão mundial pela seleção brasileira em 2002 e melhor jogador do mundo em 99. Hoje, os dois seguem jogando juntos. Companheiros nos campos e amigos fora deles, o paraibano e o pernambucano seguem colocando medo no futebol do Uzbequistão.
ENTREVISTA- JORNAL DA PARAÍBA: Como é o futebol do país? A liga é muito disputada?- ÉDSON RATINHO: O futebol daqui é normal. Como em todo o mundo, o futebol agora está muito nivelado, há bons jogadores e clubes com estrutura em todo lugar. A liga é sim bem disputada. Nosso time é o atual campeão aqui, por isso nossos jogos são sempre mais difíceis, todos querem nos vencer.
- JP: Qual a sensação de jogar ao lado de Rivaldo, um dos maiores ídolos do futebol brasileiro?- ED: Essa sensaçao é tão grande que nem sei explicar direito. Quando estava aí na Paraíba, sempre o via pela televisao. Agora já atuei em duas equipes com ele. No AEK, da Grécia, e agora no Uzbequistão. Para mim é uma honra muito grande não só jogar ao lado dele, mas pela carreira vitoriosa que ele tem, ser um de seus grandes amigos.
- JP: Você é tratado como estrela só por ser brasileiro? Como fica a relação com a torcida?- ED: Não só por ser brasileiro. Lógico isso ajuda bastante, pois em todo o lugar o brasileiro é muito bem visto por ser considerado vindo do país do futebol, e isso ajuda a ser bem tratado. A relação com a torcida é a melhor possível, todo mundo me conhece, vem pedir autógrafo, tirar foto. Também sempre vem alguém querer saber algo pessoal, se estou bem, como vai a minha família.
- JP: Teve dificuldades para se adaptar ao país e ao idioma?- ED: Aqui nem tanto, pois já tive uma experiência assim na Grécia, mas a maior dificuldade é sempre o idioma. Com os países, eu me acostumo rápido. Vou procurando conhecer os lugares bonitos, saber um pouco da cultura do povo, da história.
- JP: Sobre ser comandado por Felipão, um técnico campeão mundial, como está a expectativa? O que deve mudar na forma de jogar? - ED: Nossa, em ser comandado por Felipão, estou muito ansioso, afinal, é mais um pentacampeão trabalhando comigo. Na minha forma de jogar, creio que não vai mudar nada. Quem me conhece sabe que sempre fui um jogador que, acima de tudo, gosto de jogar com alegria. Como disse meu ex-treinador, Lauro Carvalho, “quem jogar comigo, joga com qualquer treinador do mundo”. Então não vou mudar nunca meu jeito de jogar futebol.
- JP: E por ser um dos melhores técnicos do mundo, cotado para comandar a seleção na Copa de 2010, esta seria uma chance para que você possa mostrar seu futebol na seleção brasileira?- ED: Essa pode ser uma grande oportunidade para que eu mostre o meu potencial. Se ele estiver na seleção em 2014 e estiver bem, quem sabe ele não me dê uma oportunidade de vestir a camisa da Seleção Brasileira, que é o meu sonho.
- JP: Sente saudades da Paraíba? E do futebol paraibano? Pensa em voltar?- ED: Sim, sinto muitas saudades da Paraíba. Principalmente dos familiares, amigos, dos lugares que frequentava e do clima maravilhoso. Também tenho muitas saudades do futebol. Aqui onde estou, falo sempre com amigos que jogam aí na Paraíba e acompanho pela internet todo o Campeonato Paraibano. Fico triste com a situação do Botafogo, pois meu pai é botafoguense e sempre depois dos jogos do Botafogo, ligava pra ele e ele estava triste pela derrota do time. No momento não passa pela minha cabeça voltar à Paraíba, pois comecei uma nova vida na Europa. Se Deus quiser, pretendo ficar por aqui por muitos e muitos anos.